Meteoro
A
obra meteoro foi concebida pelo artista Bruno
Giorgi (1905 – 1993), aluno de Maillol. Sua carreira, segundo Max
Bense, foi marcada por três fases. A primeira corresponde a década
de 40, com característica estática. Nesse período, Giorgi
representa a figura humana, com foco na imagem feminina, que é
representada de maneiras diferentes em cada obra. Em seguida, na
década de 50, o autor começa a apresentar uma nova plasticidade,
época onde suas obras eram dinâmicas. Em 1960, produz a obra
Candangos, que ilustra este período e esta presente na Praça dos
Três Poderes. Seu próximo passo é focar em obras tectônicas, onde
é possível perceber uma tentativa de integração com a arquitetura
moderna. É deste período que originam-se obras como Meteoro, 1967,
imagem acima, localizada no Palácio do Itamaraty, e o Condor, 1978.
A
famosa escultura, aqui ilustrada, é um dos símbolos da capital do
Brasil e do próprio edifício em que ela se encontra, o Palácio do
Itamaraty. Pesando trinta toneladas, foi esculpida em mármore, na
Itália. Segundo Giorgi, a obra simboliza um grande desejo da
civilização atual, a integração entre os cinco continentes e as
relações pacificas entre as diferentes culturas. Não por acaso a
obra esta localizada no Ministério das Relações Exteriores. Além
disto, ao observar a obra temos a sensação de leveza, mesmo sendo
tão pesada em seu meio físico, o que é possível graças ao
espelho d'água e a pequena área de contato com o solo.
A
obra nos mostra um caminho a ser seguido no que se refere a relação
com os outros países, de forma harmônica e diplomática. Deve
existir o respeito, mesmo com os diferentes hábitos das diferentes
culturas, nos cinco continentes. Mesmo com o “peso” que alguns
Estados possuem em âmbito global deve existir uma “leveza” e
simplicidade para que se atinja os objetivos de maneira pacífica e
civilizada.
Canto
da noite
Maria
Martins, 1894-1973, foi uma mulher importante para a história da
arte moderna brasileira. Por ser mulher do embaixador Carlos Martins,
viveu fora do pais por muitos anos passando pela Bélgica até chegar
a Washington D.C., em 1948. Nos Estados Unidos, desenvolve sua
produção artística e tem o seu trabalho reconhecido. Ligada ao
movimento surrealista, tem sua primeira exposição na Corcoran Art
Gallery, na capital dos EUA. Nesta apresentação demonstra obras
baseadas em temas culturais brasileiros e religiosos. Em seguida,
estabelece um ateliê em Nova York, onde estuda com diversos
artistas. Anos depois, faz sua segunda exposição com tema Amazônia,
já com as mudanças em suas características devido suas novas
influencias, que é um sucesso. Após uma passagem rápida por Paris,
volta ao Brasil. Aqui Martins ajuda na organização da 1ª Bienal
Internacional de São Paulo e, anos depois, faz sua última exposição
no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
A
obra “Canto da Noite”, de Maria Martins, pertence ao movimento
surrealista e é confeccionada em bronze polido. Fica localizada em
um jardim interno ao Palácio Itamaraty, que busca trazer um ar de
informalidade a esse ambiente de negócios, e possui uma forma
peculiar, que, em nossa concepção é confusa e remete ao caos que é
a vida na atualidade, com toda a correria do nosso cotidiano. Além
disso, a escultura fica integrada ao jardim dando a impressão de que
faz parte do mesmo.
A
Mulher e Sua Sombra
Esta outra obra de
Maria
Martins, a mesma autora da obra “O Canto da Noite”, esta presente
no salão de entrada do Palácio Itamaraty. A escultura mostra uma
representação de uma mulher, produzida em bronze com sua sombra,
logo atrás. A representação é perturbadora e nos remete ao medo,
ao escuro. A sombra parece tentar capturar a mulher com “pés e
mãos” que parecem ter a forma de cobras prestes a tocá-la. Já a
mulher tem a palma das mãos e o olhar para o céu, onde parece ter
uma comunicação com um ser superior. Ambas, a sombra e a mulher,
estão sobre uma placa de madeira definindo a base da obra.
Fotomontagem Representativa
Por Gustavo Carvalho
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